A primeira das publicações é esta review acerca do último PES, lançado no ano passado. Espero que gostem da novidade, e boa leitura aos interessados. Ah... detalhe, caso queira deixar alguma sugestão, basta comentar o post.
Ano vai, ano vem, uma certeza no mundo dos games é clara: você pode esperar pelo lançamento de um novo Pro Evolution Soccer. Obviamente, 2011 não foge a esta regra e a Konami trouxe a todos os admiradores da franquia PES 2012. Desde a chegada da edição passada, a série PES sofreu
uma mudança radical no que diz respeito ao jogo dentro das quatro
linhas, ao transformar as partidas antes cheias de correria para os dois
lados do campo em disputas mais cadenciadas e PES 2012 segue este preceito. Mas o maior interesse dos fãs de Pro Evolution Soccer está
na seguinte questão: seria o novo game uma atualização com alguns
ajustes pontuais e estéticos ou algo inédito e melhor do que o
antecessor?
Shingo “Seabass” Takatsuka, produtor da série, havia prometido que desta vez os fãs de PES seriam
presenteados com um game em que os jogadores em campo tivessem uma
Inteligência Artificial muito superior ao que já foi visto nas edições
passadas, com o advento do sistema AI Active, e um maior
controle de cada membro do time comandado, tanto que é possível acionar
mais de um jogador de forma simultânea a partir de então, com a opção “Off the ball“.
E o resultado que se vê é uma evolução positiva, que impacta
diretamente no jeito de se jogar o game e de uma forma melhor, mas ainda
há a sensação de que o game poderia oferecer mais.
Quando nos deparamos com a tela inicial
do game, percebe-se que não há mudanças a não ser os elementos visuais
mais caprichados, mas não há razão de mudar o que é ótimo: os menus de PES 2012 são
simples, funcionais e não há chance do jogador se complicar para achar
qualquer informação. O melhor ainda é que eles todos estão em português.
A Konami sabe que a série Pro Evolution Soccer é
a mais popular em nosso país e não deixa de se esforçar para entregar
um produto localizado, tanto que além da presença de Silvio Luiz e Mauro
Beting outra vez na narração dos jogos, Neymar foi o atleta escolhido
para estampar as capas da edição vendida em toda a América.
Os modos de jogo também permanecem praticamente intocados. Você terá à disposição a chance de disputar partidas amistosas, a UEFA Champions League, a Copa Santander Libertadores, partidas online, ligas e copas pré-determinadas, além do modo Rumo ao Estrelato, a clássica Master League e o inédito Treinador, todos reunidos na seção Vida Futebolística. A maior novidade está no modo Treino,
que além dos treinos livres, oferece também alguns desafios, como
acertar cobranças de pênaltis e faltas em determinados locais,
extremamente parecido com o que acontecia em International Superstar Soccer Deluxe, na época dos 16 bits.
A parte negativa de PES 2012 são problemas
que se estendem desde os exemplares antigos. O primeiro tem a ver com o
licenciamento dos times e seleções presentes no game. Apesar de possuir
os direitos da UEFA Champions League e da Libertadores,
é frustrante ainda ter de aturar quase 100% dos times ingleses e de
outras nacionalidades sem uniformes oficiais. Desta vez sobrou até para a
Seleção Brasileira e para Argentina. O Brasil aparece com um uniforme
titular verde e os nossos hermanos tem uma camisa away da cor
amarela, acredite se quiser! Outra ausência em relação a uniformes
presente no game é que os clubes que possuem uma terceira combinação de
camisas e calções não as tem disponibilizadas. Apesar de não ser algo
essencial, é um detalhe que demonstraria um pouco mais de cuidado com os
times representados.
Já o outro está atrelado às escalações de cada clube disponível neste PES. Apesar de que já há um patch contando
com todas as escalações atualizadas de cada time, não ter os jogadores
alocados nos próprios clubes de origem desde o lançamento foi um
desleixo por parte da Konami, já que a janela de
transferências europeias foi encerrada antes da chegada do game às
lojas. Ter toda a relação “jogadores/clubes” completamente recente na
versão inicial seria algo muito simples de se fazer.
Entretanto, PES 2012 agradará
aos jogadores mesmo com a falta destes dois detalhes citados
anteriormente, pois oferece uma porção de modos de jogo ao dispor e uma
melhor experiência dentro das quatro linhas.
Capa de PES 2012 na América Latina
Os gráficos podem ser considerados um dos pontos mais fortes de PES 2012.
Estádios, efeitos de luz e sombra e os jogadores estão muitíssimo bem
detalhados. Aliás, os atletas merecem um destaque em relação ao
tratamento visual, porque se assemelham demais aos craques reais. As
expressões faciais e a textura do gramado também muito agradam, pois
soam naturais. A movimentação dos jogadores ainda se mostra um pouco
robótica, principalmente no que diz respeito aos goleiros, os quais dão
uns pulos toscos para alcançar a bola e parecem até não se esticarem de
forma completa em algumas ocasiões para fazer as defesas. Mas é inegável
que as ações dos jogadores já evoluíram muito esteticamente em
comparação ao Pro Evolution Soccer anterior.
O jogo também procurou ser detalhista e
retratou algumas pequenas coisas que contribuem para trazer um ambiente
muito parecido com um jogo de verdade. Fotógrafos posicionados atrás das
placas de publicidade, os microfones atrás dos gols para captar os sons
da partida, equipe de segurança e os técnicos à beira do gramado (por
mais que sejam genéricos para todas as equipes) foram minúcias que ao
serem inseridas deixam o resultado final mais vistoso. Os únicos
quesitos negativos graficamente são as faixas das torcidas, até hoje
iguais aos PES produzidos para o Playstation 2 e a rede, que ao ser balançada não possui uma movimentação real e inclusive às vezes mostra um bug gráfico do jogo, porque se emaranha e se mexe como se estivesse ocorrendo uma rajada de vento dentro de campo.
PES 2012 também inaugura uma novidade gráfica nos jogos de futebol no Playstation 3:
os efeitos 3D estereoscópicos. A experiência em 3D não é algo fácil de
ser imaginada quando pensada para uma partida de futebol, mas funciona
muito bem e agrega mais valor ao game. Quando os efeitos estão ligados
na câmera padrão do jogo (que diga-se de passagem é extremamente
superior à de PES 2011, por dar aos jogadores uma visão
muito mais ampla de tudo o que acontece), não é possível perceber
absolutamente nada senão a bola às vezes em uma profundidade diferente.
No entanto, o jogo tem uma câmera específica para o uso do 3D, chamada
“3D”, que daí mostra o potencial desta novidade. Nessa visão, a câmera
fica focada atrás do jogador controlado e o campo mostrado na vertical, e
a partir disso você percebe os jogadores e a movimentação da bola em
diferentes profundidades e principalmente o estádio e os próprios
detalhes de iluminação ressaltados. Resumindo, um “show de bola”, com o
perdão do trocadilho infame.
Em PES 2012, houve uma sutil melhora nos gráficos.
Em PES 2012, mais uma
vez está presente a dupla Silvio Luiz e Mauro Beting na narração das
partidas, que melhorou muito na questão da sincronia em relação ao PES
antecessor. Todavia, ao passo que escutar Silvio e seus bordões como
“Olho no lanceeeee!” e suas tiradas cômicas com o que acontece em campo é
muito engraçado, os comentários de Mauro Beting são um tanto quanto
inoportunos e irritantes. A trilha sonora do game também não agrada por
não ter variedade. São 10 músicas de artistas internacionais apenas e de
nomes pouco conhecidos, exceto por The Foals e The Chemical Brothers.
Quanto aos sons presentes nas partidas, a
qualidade de todos os efeitos não compromete. Porém, os cantos das
torcidas poderiam ser revistos e mais diferenciados, para que fosse
criado um clima mais próximo do futebol de verdade possível.
Eis o quesito com as maiores mudanças de PES 2012 e
para felicidade dos fãs da série, a parte do game que mais se
aprimorou. O esquema de cobrança de pênaltis foi totalmente remodelado,
relembrando PES 2010, com uma leve adição: a barra de
força do chute. Dê graças pelo fato de que você nunca mais verá algo tão
obtuso quanto o sistema implementado em PES 2011, em
que a câmera na hora da cobrança era lateral e você não tinha ideia de
onde exatamente o seu chute poderia acertar as redes.
Com o novo sistema AI Active, nunca mais você se revoltará em uma partida online ou
junto de seu amigo em que você tomava um gol porque o adversário usava o
passe longo a toda hora e os seus zagueiros o deixavam na mão, algo que
era corriqueiro em PES 2011. Os jogadores que não
estão sob o cursor dessa vez se comportam muito mais inteligentemente:
correm para criar e reduzir espaços no campo e sempre estão melhor
posicionados. Jogar contra o computador também está mais difícil e
prazeroso, pois os jogadores se movimentam muito bem dentro das quatro
linhas e ficou muito mais complicado roubar a pelota dos atletas
controlados pela máquina. Não se surpreenda se algum jogador da IA fazer
fila em seu time.
O controle de um outro jogador que não aquele indicado pelo cursor, através do sistema Off the Ball também afeta a dinâmica do jogo e de maneira positiva. Basta dar um clique na alavanca analógica direita do Dualshock 3 para
acionar a movimentação de um atleta sem a bola e este correrá para
frente para abrir espaços, de forma a criar uma chance de passe ou de
caminho livre para o jogador com a pelota prosseguir adiante. Nos lances
de bola parada, você clicará na mesma alavanca e poderá posicionar
exatamente onde quiser o jogador para criar uma jogada.
No entanto, nem tudo são flores com o Off the Ball.
Apesar de melhorar a criação de chances de gol e tornar a partida mais
dinâmica, quando na condição de adversário, você ficará frustrado se o
sistema for usado contra o seu time. Os defensores às vezes emburrecem e
afrouxam a marcação em cima do jogador acionado pelo oponente, o que
poderá resultar diversas vezes em perigo de gol ou em balanço da rede.
Além disso, o sistema não funciona como foi dito por Shingo Takatsuka.
Quando anunciado o Off the Ball parecia render um controle absoluto sobre
um segundo atleta em campo, ou seja, da mesma forma que você controla o
jogador com a posse da redonda com a alavanca esquerda, com total
liberdade para ir onde você quiser, você controlaria com a alavanca
direita. Entretanto, isso não chega nem perto de ocorrer. O outro
jogador comandado somente corre para a frente, sem se mover adiante em
outras direções mesmo se você pressionar a alavanca analógica direita
para uma das diagonais, por exemplo. Além disso, o Off the Ball só
é possível de ser acionado do meio campo para a frente, excluindo a
possibilidade de ações defensivas com mais de um jogador, o que é uma
pena.
Outro quesito a ser relembrado nesta parte da matéria são os goleiros de PES 2012. Parece ser um mal da franquia, mas em todo Pro Evolution Soccer os
goleiros são considerados seres de menor inteligência e sempre aprontam
alguma sacanagem com os jogadores. Nesta ocasião, os goleiros são os
integrantes em campo mais fáceis de serem driblados, bastando você
chegar cara a cara com o sujeito, segurar o R1 desviando dele e pronto. O
responsável pelas traves não vai fechar o seu ângulo e a chance de gol é
de 99%, a não ser que você não escolher bem a direção do chute. Além
disso, os goleiros dão pulos bisonhos às vezes, dando a sensação de que
saltam com os braços encolhidos e você tomará gols que lhe irritarão
profundamente. Assim como os juízes lhe farão arrancar alguns fios de
cabelo. Alguns deles marcarão faltas absurdas, como a arbitragem
brasileira, que mal permite contato entre os jogadores. E isso
infelizmente quebrará o ritmo de jogo, ocasionando paralisações
excessivas.
Faces Prefixadas de Elano, Neymar e Ganso, respectivamente.
Os modos online de PES 2012 são
como diz o bom e velho ditado “Em time que está ganhando não se mexe”. O
jogador tem os mesmos modos de antes à disposição para disputas online (amistosos,
Master League, copas pré-determinadas e outros) que funcionam muito bem
e garantem horas e horas de diversão aos jogadores. Além disso, acabou a
festa dos espertinhos que não sabem ter esportividade e se
desconectavam ou saíam da partida caso estivessem na iminência da
derrota. A opção de sair da partida foi desativada e a partir de então,
há um sistema em que você credencia o usuário adversário como praticante
do fair play. Você ao terminar o jogo pode positivar o
adversário caso ele finalize a partida junto de você que auxilia o
indicador de permanência nas partidas online. Caso você seja um
mané que não saiba perder, saiba que sucessivas saídas por cortar sua
própria conexão pode lhe render uma bela suspensão da jogatina em rede.
Apesar de muito satisfatório, o modo online poderia ser melhor ainda caso a Konami resolvesse os seguintes problemas:
- O tempo de pausa quando esta é exigida pelo jogador dura 2 minutos, o que esfria um pouco a partida pois 2 min são muito tempo para se fazer ajustes pontuais no time;
- É um processo um pouco demorado achar jogadores ao acaso para disputar partidas online; dê preferência por construir ou participar de uma comunidade de amigos numerosa, para que você não permaneça esperando em demasia para jogar;
- não há a possibilidade de jogar a UEFA Champions League ou a Libertadores online;
- não é possível fazer confrontos entre os times destas duas competições citadas no item 3 ou até mesmo realizar partidas online com os clubes sul-americanos e mexicanos, o que é um descaso com os torcedores destes times.
Ao final de toda essa análise, é possível responder a pergunta feita na introdução da matéria e garantir: Pro Evolution Soccer 2012 não é um jogo com pequenos ajustes realizados e sim um game que supera seu antecessor de forma total e se torna o melhor PES da
geração atual de consoles. As mudanças realizadas principalmente na
jogabilidade tornam esta edição muito mais divertida e realista e mostra
que a série ainda tem fôlego para competir com o rival FIFA e não desapontará os fãs, muito menos os admiradores tupiniquins da franquia.
- Apresentação: 8,1
- Gráficos: 8,6
- Som: 7,8
- Jogabilidade: 8,7
- Online:9,0
- Nota Final: 8,4
- Mais uma vez com narração e menus em português
- Sistemas AI Active e Off the Ball melhoraram completamente a jogabilidade e deram uma nova dinâmica às partidas
- Os efeitos 3D surpreenderam e acrescentam uma outra perspectiva no game
- Licensas Oficiais de torneios Continentais de Clubes: UEFA Champions League e Copa Santander Libertadores
- O sistema Off the Ball poderia oferecer mais possibilidades de jogadas e ser feito exatamente como o produtor do game havia dito
- Ausência das licenças da maioria dos clubes ingleses, de outras nacionalidades e diversas seleções
- Ausência de disputa online da UEFA Champions League e da Copa Santander Libertadores
TEXTO BASE: GAME GENERATION
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